top of page

Sobre os Heróis do Levante de Páscoa

 

Saiba mais sobre alguns dos heróis do Levante de Páscoa em suas biografias abaixo.

 

James Connolly 

 

Nasceu em Edimburgo na Escócia em 1868 e morreu na Irlanda em 1916. Conolly pertencia a uma família muito pobre e, por volta dos 10 ou 11 anos, teve que trabalhar. Por causa da pobreza, se alistou aos 14 anos no Regimento Real de Liverpool do Exército Britânico. O serviço militar o levou à Irlanda. Desertou do exército e começou, por volta de 1889, a ter contato com a política socialista. Fundou o Partido Republicano Socialista Irlandês em 1896 e se transformou em um importante líder sindical. Cônscio da necessidade de transmitir suas ideias, produziu vários panfletos, artigos e publicou em diversos jornais. Em 1912, no Congresso Sindical Irlandês, apresentou uma proposta reivindicando a representação operária independente, marcando o nascimento do Partido Trabalhista Irlandês. Vendo a Inglaterra muito comprometida durante a Primeira Guerra Mundial, Conolly procurou o apoio de forças nacionalistas para fazer a independência da Irlanda. O Levante de Páscoa era visto por Conolly como uma ação prematura, mas poderia representar um ato de desafio militar que encorajaria outras nações europeias e a classe trabalhadora a se levantar contra os britânicos. No Levante de Páscoa, Conolly ficou gravemente ferido. Após a revolta, foi preso e sentenciado à morte por fuzilamento.

Éamon de Valera

 

Político irlandês, participou do Levante de Páscoa, sendo um dos seus líderes. Nasceu em Manhattan, New York, em 1882, mas foi educado na Irlanda. Enaltecia a língua e cultura irlandesa a  ponto de mudar seu nome de batismo: adotou Éamon em substituição a Edward. Liderou de 1917 a 1926 o Sinn Féin, um movimento nacionalista de resistência ao domínio britânico. No Levante de Páscoa, Éamon de Valera foi um dos últimos combatentes a se entregar e também o único comandante que foi poupado. Depois da revolta, foi preso e ganhou anistia em 1917. Em 1919, viajou para os Estados Unido para conseguir apoio, financiamento e reconhecimento oficial para a República Irlandesa. No seu retorno, encontrou a Irlanda envolvida em uma guerra com tática de guerrilha contra o bem equipado exército britânico. Em 1921, a  Irlanda assinou um Tratado com os ingleses. Éamon de Valera não aceitou os termos do acordo. Em 1926, fundou um novo partido de oposição, o Fianna Fàil. Em 1932, esse partido venceu as eleições. De Valera se tornou, então, Primeiro-ministro da Irlanda, introduzindo, em 1937, uma nova Constituição e o estado soberano do Eire. Entre os anos de 1959 a 1973 assumiu o cargo de Presidente da República da Irlanda.   Retirou-se da política em 1973 e morreu em 1975.

Seán Mac Diarmada

 

Nasceu em Leitrim, em 1883. Promotor da Língua e cultura irlandesa, foi membro do Gaelic League. Ajudou a organizar o Sinn Féin, movimento político nacionalista na Irlanda. Pertenceu ao IRB e editou o jornal radical Irish Freedom em 1910. Em 1911 contraiu pólio. Quando a Primeira Guerra Mundial começou, foi contra a participação de irlandeses nas tropas britânicas, sendo preso por isso. Junto com o Comitê militar da IRB, planejou o Levante de Páscoa. Foi signatário da Proclamação da República Irlandesa e membro do governo Provisório. Durante a revolta, ficou no GPO. Após a rendição, foi preso, julgado por uma corte marcial e condenado à morte por fuzilamento em 1916.

Thomas MacDonagh

 

Professor, poeta, escritor e ativista político irlandês, Thomas MacDonagh defendia a independência da Irlanda. De 1903 a 1908 foi professor no St Kieran’s College e em St Colman’s College. Neste período, participou da Gaelic League, onde entrou em contato com os ideais nacionalistas, e publicou sua primeira coleção de poesia, “Through the Ivory Gate”. Em 1908, tornou-se professor do St. Enda's, escola fundada por Patrick Pearse. Juntou-se ao IRB em novembro de 1913. No Levante da Páscoa, foi um dos comandantes do Batalhão de Dublin. Ficou responsável pela Jacob's biscuit factory em Bishop Street. Recebeu a ordem de rendição no dia 30 de abril, apesar de seu batalhão estar preparado para mais batalhas. Foi condenado à morte e executado em 3 de maio de 1916.

Thomas Clarke

 

Líder revolucionário, foi um dos que planejaram o Levante de Páscoa em 1916. Nasceu em 11 de março de 1858 e morreu em 3 de maio de 1916. Quando teve que se mudar com os pais para Dungannon, começou a ter contato com radicias nacionalistas que reivindicavam a independência da Irlanda. Em Dungannon, entrou para a IRB (Irmandade Republicana Irlandesa) e se tornou um dos principais nomes da organização. De 1883 a 1898 ficou preso acusado de ter planejado bombardeios a Londres. Na prisão, passou por problemas de saúde. Mudou-se para a América com sua família em 1899. Percebeu que as crescentes tensões entre a Inglaterra e a Alemanha no início do século XX eram um momento oportuno para o seu retorno para a Irlanda. Voltou para Irlanda em 1908 e tentou rejuvenescer o IRB. Fundou o jornal Irish Freedom em 1910. Acreditou no potencial revolucionário do Irish Volunteers, criado em 1913. Em 1915, se juntou ao comitê militar da IRB para planejar a rebelião. No Levante de Páscoa, foi contra a rendição, argumentando que os rebeldes deveriam continuar lutando. Depois da revolução, foi preso, julgado e condenado à morte por fuzilamento.

Roger Casement

 

Sir Roger Casement foi cônsul britânico no Brasil, nas cidades de Santos, Rio de Janeiro e no estado do Pará. O governo britânico o designou para investigar as denúncias de escravidão no noroeste da Amazônia, nas áreas de extração da borracha, tal como Casement já fizera no Congo, África Central. Os relatórios de Casement confirmaram as suspeitas de maus tratos e violência com os índios e mestiços, contribuindo para o declínio do ciclo da borracha no Brasil. Em 1911, desiludido com a política do Império Britânico, Casement deixou o cargo consular. Começou, mais tarde, a se envolver com a luta pela independência da Irlanda em relação ao Império Britânico. Em 1916, depois de participar do Levante da Páscoa, insurreição dos republicanos contra o domínio britânico, o ex-cônsul foi preso, julgado por traição e condenado à execução em 8 de agosto de 1916.

Patrick Pearse

 

Professor, advogado e ativista político irlandês, participou do Levante de Páscoa em 1916 como um de seus líderes. Defendeu, diante do domínio britânico, uma revolução cultural como via para a liberdade da Irlanda. Mas, durante os anos, mudou a sua percepção para a defesa de uma revolução armada. Reivindicou o uso do Gaélico na Irlanda, sobretudo na Literatura. Desenvolveu políticas de ensino e queria que, nas escolas irlandesas, a história e cultura do país fossem disciplinas obrigatórias. Para Pearse, o sistema educativo irlandês, pensado pelo governo inglês, criava cidadãos submetidos ao regime colonial. Assim, fundou sua própria escola – St Enda's – em Dublin, defendendo a instrução dos alunos no senso cívico e na criatividade individual e artística. Durante a Primeira Guerra Mundial, se posicionou contra a participação de irlandeses no exército britânico. No Levante de Páscoa em 24 de abril de 1916, Patrick Pearse leu uma declaração de independência para a nova República irlandesa no Posto de Correios de Dublin (GPO) e foi nomeado Presidente do Governo Provisório. Acreditava que a insurreição iniciada em Dublin se espalharia por outras cidades irlandesas, o que não aconteceu. Depois de alguns dias de resistência, diante das adversidades e baixa de civis, Pearse ordenou a rendição. Foi condenado à morte por fuzilamento em 3 de maio de 1916.

Michael Collins

 

Apelidado de “Big Fellow” (Grande Camarada), Michael Collins foi um dos líderes da luta da Irlanda contra do domínio britânico. Trabalhou em Londres antes de  regressar para seu país natal e participar na Revolta de 1916. No Levante de Páscoa, combateu juntamente com Patrick Pearse e seus homens no Posto de Correios de Dublin. Depois do Levante, ficou preso por alguns meses em Frongosh, no País de Gales. Foi um dos fundadores do IRA (Exército Republicano Irlandês).  Entre 1919 e 1921, articulou o movimento revolucionário e conseguiu que as autoridades britânicas negociassem um acordo de paz. Presidiu a delegação que se deslocou para Inglaterra a fim de assinar o acordo. O tratado foi assinado em 6 de dezembro de 1921 e criou o Estado Livre Irlandês.  Os termos do tratado não foram bem recebidos por alguns nacionalistas, o que gerou uma cisão no Parlamento Irlandês com a saída do partido Sinn Fein, cujo líder era Éamon de Valera. Exerceu o cargo de Presidente do Governo Provisório durante este período. Depois, quando o país mergulhou em uma guerra civil, Collins se tornou o comandante-chefe das forças Armadas. Foi morto em 1922 em uma emboscada organizada pelos membros do IRA que estavam contrários ao Tratado.

Constance Markievicz

Nacionalista, sufragista e socialista, Constance Markievicz foi uma condessa anglo-irlandesa que lutou pela independência irlandesa. Em 1892, frequentou uma escola de arte em Londres e começou a participar do movimento sufragista. Já em Dublin, em 1905, junto com outras artistas irlandesas, fundou o United Artists Club, defendendo a língua e cultura irlandesa.  Em 1908, filiou-se ao Sinn Féin e às “Filhas da Irlanda”, uma organização nacionalista liderada por Maud Gonne. Também participou da redação do jornal  Bean na hÉireann  (“Mulheres da Irlanda”). Em 1909, preocupada em conscientizar e treinar os jovens na luta pela independência, fundou o Na Fianna Éireann (“Soldados da Irlanda”).  Foi presa em 1911 por estar envolvida numa manifestação contra a visita do rei britânico Jorge V  à Irlanda. Markievicz vendeu suas propriedades para apoiar o Levante de Páscoa. Durante o conflito, foi designada para o St. Stephen's Green e lá permaneceu até a rendição definitiva dos combatentes. Depois da revolta, foi presa e condenada à morte, mas acabou sendo perdoada por ser mulher. Foi a primeira mulher eleita para o Parlamento Britânico (1918), embora tenha recusado o assento, e a primeira a assumir um cargo de governo: o Ministério do Trabalho na República Irlandesa de 1919 a 1922. Morreu em 15 de julho de 1927. Ela é apenas um exemplo de mulheres que lutaram no Levante de Páscoa, dentre as muitas que apoiaram a causa.

bottom of page